Ando viajando legal na Bossa Nova de Baden, Vinícius, Lyra, Quarteto em Cy... mas hoje precisa de rap. Pra quem tá na mesma pegada, super indico o novo do People Under the Stairs...
Enquanto a droga do serviço que a Net chama de Internet não me possibilita ouvir o que seria Live at Renaissence do Q-tip, coloco aqui pra vocês o remix oficial de "Paris, Tokyo" com o cotonete já citado, Sara Green e Pharrell Williams. Só pra constar, a música original é do Lupe Fiasco e o Sample foi retirado de San Juan Sunset do Eumir Deodato.
Baden chegava a casa de Vinícius de madrugada para que ele musicasse a sua recém criada melodia. Ele mostrou sua composição e entre doses de wisky, um pouco de coca (talvez) e conversas viraram a noite, até o momento que Baden pediu para que trabalhassem na música. Vinícius olha pra ele, pede desculpa, mas precisa dizer algo bem chato. A melodia que o compadre apresentara era de Chopin. Baden insiste em dizer que não e Vinícius apresenta a solução. "Minha mulher entende tudo de Chopin". Baden tenta evitar que o amigo acorde a esposa, mesmo porque se ela visse o estado dos dois pela madrugada incomodando ela... mas Vinícius trouxe a mulher até a sala e fez Baden tocar. Após dar um esporro no marido ela diz que não tem porra nenhuma haver com Chopin e assim começaram a compor o Samba em prelúdio.
Um salve pro Buda que me instigou a ir atrás dessa história.
A conversa surgiu durante a discussão do filme "3 Estações" no Atelier de Leituras Imaginadas (ALI), quando o professor e organizador do evento sugeriu que começassemos a análise de trilhas de filmes brasileiros que tenham músicas dos anos 50 e 60. Lembrei de uma história que ouvi sobre um certo catálogo comercializado no exterior que descreve discos brasileiros, dando ao leitor dados como tiragem, quem trabalhou no álbum, gravadora... acabei explicando como funciona o diggin' e quanto custa algumas peças raras, citando o Brazilian Octopus onde o sorturdo que encontrar um exemplar desse tem que desembolsar em torno de R$ 800 para adquirir tal vínil. Voltando a atenção ao professor, ele questiona: "Um moleque que pega um álbum a esse preço e joga na internet, ele está pirateando ou fortalecendo a nossa cultura"? O que vocês acham? Ouvi nos últimos dias falarem muito de Arthur Verocai, e um tal álbum seu chamado "Na boca da lua". Achar foi bem difícil. Olhem onde achei e sintam o drama. Procurei ontem por um bom tempo até chegar aí...