Confesso que nunca assisti à uma apresentação oficial do Corpomancia, mas já vi ensaios e conheço o trampo de suas integrantes há um bom tempo. A idéia do jogo de dança é interessantíssimo. Não há probabilidade de uma apresentação ser igual a outra (Tá! Teatro tem dessas coisas, mas o desfecho de uma peça é o mesmo), o jogo é composto de dados, tabuleiro, tutus (sabe aquelas saias de ballet? São elas que delimitam as equipes), cartas que servem de base para o desafio a ser estabelecido e o corpo.
Segundo disco do mc da Carolina do Norte com o produtor Holandês. Intercâmbio de beats e rimas que começou nos fóruns da okayplayer. Para escutar Phonte e Nicolay rockin' once again, é só pôr o dedo aqui.
De longe um dos melhores filmes nacionais que já assisti. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), foi baseado nos relatos de viagem do avô do diretor Marcelo Gomes, que por sinal se mostra um cineasta bem formado. Perceba que a dinâmica do filme muda diversas vezes ditando o ritmo do desenvolvimento e tudo isso feito apenas com o jogo de câmeras. A chegada de um acompanhante na viagem de Johann faz com que seja adicionado uma câmera a mais, quando antes era apenas uma acompanhando o alemão em um quê de documentário. A transformação de Ranulpho e Johann é constante e sútil, troca de olhares. O diretor disse em uma entrevista que não gostou dos testes de João Miguel (Ranulpho), mas que precisava do olhar dele em seu filme. Diferente das grandes produções o personagem não muda de uma hora pra outra, quem dormir no ponto só percebe no fim do filme. A estória (se é que posso dizer assim) se passa em 1942, quando um alemão sai do seu país fugido da guerra e passa a vender aspirinas pelo Brasil. No sertão ele contrata um guia, pretencioso e com o sonho de morar no Rio de Janeiro. É um filme bem rico. Pode-se discutir a questão do cotidiano, fotografia, trilha sonora (Francisco Alves, a grande sacada)...até o prêmio que conquistou em Cannes cabe uma análise dentro desse filme.